Quando sentimos a necessidade de buscar um aconselhamento
através de um oráculo, costumamos ”sortear” uma (ou várias) carta, para que
então, estejamos abertos a receber as orientações e propostas de reflexões que
ele tem a nos oferecer. Acho que essa é uma prática de todos, pelo menos é o
que sempre fiz e é o que sempre vejo todos fazerem.
Hoje, achei interessante fazer diferente. Estou num momento
em que sinto a necessidade de preservar meu espaço -ou melhor- de resgatá-lo, por
ter me doado demais em função de situações externas. Acho que me doei além do que
estava ao meu alcance. Agora, sinto que preciso me nutrir e preciso que meu
momento seja respeitado. E muitas vezes isso implica colocar limites, o que para
mim às vezes não é fácil. Mas, cedo ou tarde, chega o momento de pensar em
mim...
E como o tema são os limites, busquei o meu Oráculo da Deusa,
mas não para “sortear” um deusa, como é de costume. Busquei especialmente pela
Deusa Durga, que vem nos orientar a respeito dos limites, que é algo que hoje
preciso aprender a vivenciar para preservar meu espaço com mais sabedoria. E segue então, seus aconselhamentos, retirados
do Oráculo da Deusa, de Amy Sophia Marashinsky. Quero muito me empenhar para
incorporar esse novo padrão em minha vida!
Quando ameaçada por demônios
Corajosamente me protejo
Com tudo o que sou
Com tudo o que tenho
Do âmago profundo
Invoco tudo aquilo que preciso
Sou a “Inacessível”
Pois me coloco além do alcance
De tudo o que me destruiria
De tudo o que me aniquilaria
De tudo o que tenta me ferir
Sou a “Inatingível”
Pois nada pode me alcançar sem que eu queira
Eu danço a dança da minha unidade
É só o que me sustenta
Só o que me alimenta
Me ama
A tudo que não o faz
Eu digo: aproxime-se. O risco é seu!
Mitologia: Na Índia, a Deusa é chamada de Devi. Para os
hindus, todas as Deusas são uma deusa, diferentes aspectos de Devi ou do
Feminino Divino. Um aspecto de Devi nasceu para livrar o mundo do demônio do
mal, Durga. Na batalha entre os Deuses e os antideuses ou demônios, nenhum dos
Deuses pôde destruir Durga, então eles foram até Devi e lhe pediram ajuda,
então eles foram até Devi e pediram ajuda. Montada num tigre e brandindo suas
temidas armas, ela atacou o demônio, que se transformou de uma forma terrível
em outra até Devi mata-lo, quando se transformou num búfalo. Como recordação da
grande batalha, Devi assumiu o nome de Durga.
Significado da carta:
Você chamou Durga à sua vida para ajuda-la a criar limites.*
O que você anda interiorizando que deveria ficar de fora? De que modo você não
está se protegendo, protegendo a sua vida, o seu tempo? A afirmação “Não, não posso
fazer isso agora, preciso tomar conta de mim” faz parte do seu vocabulário?
Talvez você se sinta abafada pelos outros. Você está sendo desviada do seu
centro pelos pedidos de dar, dar, dar, até que não reste nada para si mesma?
Durga está aqui para ajuda-la a alimentar a sua totalidade criando e fixando os
limites do seu espaço pessoal. Estabelecer limites nítidos é um ato de amor por
si mesma. Não ter limites do seu espaço pessoal. Estabelecer limites nítidos é
um ato de amor por si mesma. Não ter limites transmite aos outros a mensagem de
que você é ilimitada e quer ser tratada de forma ilimitada. Ninguém é
ilimitado, há pontos em que somos feridos, pontos em que podemos ser
vulneráveis, aspectos que precisam ser tratados com carinho. Durga diz que os
limites são vitais porque eles fazem os outros saber quem você é e onde está.
*Defino limite como um escudo de pele à sua volta que
permite a você escolher o que interiorizar. Toda a sua vida acontece do lado de
fora do seu limite; você testemunha e decide o que aceitar para alimentar a si
mesma.
Mônica Azevedo