quarta-feira, 14 de abril de 2010

Da Abuela Margarita



“¡La felicidad es tan sencilla!, consiste en respetar lo que somos, y somos tierra, cosmos y gran espíritu. Y cuando hablamos de la madre tierra, también hablamos de la mujer que debe ocupar su lugar como educadora”
PAlabras de la Abuela Margarita


Luciana Onofre

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Menstruação: o tempo da consciência corporal


Durante o período menstrual somos chamadas a olhar profundamente para nosso corpo, muitas sentem o grito desesperado de seu ventre pedindo descanso, as dores são terríveis, tudo fica desastroso, o sangue jorra sem parar e tudo vira um caos. É assim que nosso corpo se comporta quando estamos desconectadas de nós mesmas.
O sangue menstrual é um ritual mensal, não podemos eliminá-lo de nossas vidas, ele faz parte do nosso tempo de mulher, onde devemos desacelerar e cuidar de nós mesmas, cuidar dos pequenos detalhes que não damos importância nos dias que correm... aquele cuidado interno, de introspecção, de meditar sobre tudo que se passa a nossa volta e, principalmente, de resgatarmos nossa conexão psíquica e espiritual com nossa alma.
Não precisamos fazer grandes rituais, apenas nos conectar com nossa essência e respeitar este ciclo sagrado que nos acompanha e nos traz a possibilidade de renascimento interno, permitindo darmos a luz a nós mesmas.
Muitas mulheres sofrem durante a menstruação ficando extremamente perturbadas, simplesmente porque perderam a conexão consigo mesmas, não se lembram mais o que esse período representa em suas vidas. Ao invés de explorá-lo, acabam desconsiderando esse fato; este poder, que se expressa em forma de sintomas desconfortáveis, poderia atuar de forma mais tranqüila e menos perturbadora se trouxessem a consciência do momento presente para suas vidas.
Esses sintomas são apenas uma manifestação superficial de uma perturbação mais profunda que pode ser causada por uma disfunção hormonal, deficiência nutricional, problemas emocionais e, nesse período, acessamos nosso inconsciente através do corpo, e faz com que nosso fluxo seja mais leve ou pesado, com mais dor ou menos dor. Esses sintomas são portadores de informações sutis que nosso corpo absorve e precisa expelir em algum momento, se não em muitas vezes vira uma doença, e uma das principais causas disso são as emoções não demonstradas, onde guardamos muitas mágoas e não conseguimos elaborar o que precisa ser liberado.
Conexão do útero com o inconsciente - A síndrome pré-menstrual que afeta a maioria das mulheres e que traz a tona irritabilidade, agressividade, ansiedade, mudanças de humor, entre outros casos mais graves, em grande parte são emoções contidas que são liberadas através desse portal que se abre permitindo a liberação dessa energia. E isso serve de alerta para fazermos um questionamento sobre nossa vida e sentir internamente: O que eu gostaria de estar fazendo nesse momento? Que coisas estão trancadas na garganta e não consigo falar? O que eu gostaria de experimentar? Estou contente na minha profissão, com a vida que tenho? Estou me permitindo ser feliz? Essa e outras perguntas devemos fazer sempre para nos tornarmos conscientes da nossa própria vida.
A conexão do útero com o inconsciente é uma dádiva do tempo da lua. A sabedoria ancestral das mulheres está ligada ao útero e essa energia se espalha trazendo a consciência corporal devidamente sagrada para nosso momento de ser mulher, desperta nossa capacidade de nos conscientizarmos das diferentes partes do nosso corpo e das sensações físicas causadas quando estamos em desarmonia.
Nossa cultura valoriza e prioriza horários e compromissos tendo como base a eficiência industrial e não as necessidades do nosso corpo, somos obrigadas a ir trabalhar mesmo estando indispostas, com resfriados, cólicas, dores de cabeça, temos que suportar a dor e mostrar domínio sobre o nosso corpo mesmo estando desonrando a nós mesmas.
Nesse período de purificação, permita-se não fazer nada, ouça a mensagem do seu corpo pedindo para parar, ouse se retirar e se conectar com os antigos conhecimentos adquiridos, fazendo essa interrupção natural para o descanso e a revitalização do corpo e da alma, conservando sempre uma atitude de amor por si mesma, de respeito, de entrega, amor pela realidade de ser mulher e, aos poucos, o equilíbrio se tornará constante em sua vida.
Por Simone Alves



terça-feira, 16 de março de 2010

Dia da Deusa Morgan/Morgana/Morgen/Morgan Le Fay

Dia dedicado a Morgen ou Morgan Le Fay, a Sacerdotisa de Avalon, a ilha sagrada da mitologia celta. Morgan ficou conhecida mundialmente com o livro "As Brumas de Avalon" como Morgana, a meia-irmã do Rei Arthur. Originalmente, ela era uma deusa "escura", que regia as Ilhas dos Mortos e presidia a morte e o renascimento dos heróis mortos em combates.
Em várias línguas celtas, "mor" significava mar, sendo os espíritos das águas chamados de Morgens. A mais famosa deusa do mar recebeu o título Le Fay - A Fada. Na mitologia galesa, Morgan era considerada a Rainha de Avalon, o mundo subterrâneo dos mortos para onde ela levou Arthur após seu desaparecimento deste mundo. Em outras lendas, Morgan pode ser maga ou curadora, que vivia com suas oito irmãs na Ilha de Avalon ou ainda um aspecto da deusa da morte Morrighan.
Por ser a maçã o símbolo de Avalon ("Avallach" significa maçã), comemore comendo uma maçã cortada na horizontal, observando o pentagrama formado pelas sementes. Medite sobre seu caminho espiritual, pedindo à Deusa que afaste as brumas das incertezas e ilumine sua busca, permitindo sua transformação e renascimento.


*Texto retirado do livro "O Anuário da Grande Mãe" - Mirella Faur - Ed. Gaia.
** Imagem retirada do site da artista Jessica Galbreth

domingo, 7 de março de 2010

Mulher na prateleira

MULHERES, CERVEJAS e DEVASSAS
Reflexões urbanas
Por Flaviana Serafim

Bem loura. Bem devassa. Finalmente ela chegou, pegando os cervejeiros de plantão pelo colarinho. Da janela de seu apê (como que fazendo um show para os cariocas em Copacabana), Paris Hilton desfila, faz caras e bocas com latinha de cerveja na mão enquanto sua imagem é devassada pelo olho comprido do vizinho, do velhinho que joga dominó na calçada, pelas moças e rapazes que circulam na praia. Inocente, não? Então porque será que a propaganda, criada pela agência Modd para a Schincariol está gerando tanta polêmica?
De um lado, os bebedores de cerveja estão abismados, considerando essas críticas absurdas, falso puritanismo num país tropical, do carnaval e das mulatas seminuas. Do outro, mulheres revoltadas questionam o uso da imagem da fêmea fatal para vender cerveja.
Para além das imagens, que misturam tesão, cerveja e a bad blond girl Paris Hilton esfregando uma lata de cerveja pelo corpo, o nome "Devassa" é dos piores que algum marketeiro poderia escolher. Quem será esse gênio? Acredito que ficou pesado primeiro pelo nome, depois pela propaganda de mal gosto. Já que era pra devassar, deviam colocar a fofolete Paris Hilton de quatro no rótulo, oras!
No site oficial do produto, a Schincariol explica: "Uma cerveja que se autoproclama DEVASSA deve ser no mínimo autêntica. Porque assume tudo o que as outras gostariam de ser, mas tem vergonha". Tenta mudar o significado de devassar, afirmando que "Devassa é bem alegre, tem aquele astral que atrai coisas boas (...). Pedir uma Devassa tem a dose certa de segundas intenções". Esse mote diz tudo sobre o que saiu da cabeça do infeliz publicitário botequeiro que criou essa peça. E finaliza: "Com Devassa, a vida fica bem gostosa".

Eis as definições para devassar no dicionário Michaelis:

> de.vas.sar
> vtd 1 Invadir ou observar (aquilo que é defeso ou vedado): Devassar a casa do vizinho. vtd 2 Ter vista para dentro de: Nossa janela devassa os outros apartamentos. vtd 3 Descobrir, penetrar, esclarecer: "...o desejo nos levou a devassar os segredos dessas terras afastadas" (Gonçalves Dias). vtd 4 Olhar, contemplar: "Saíra, abriu os olhos e devas­sou a sombra com pavor" (Coelho Neto). vti 5 ant Fazer inquirição, devassa: Devassar da cumplicidade no crime. vtd e vpr 6 Prostituir(- se), tornar(-se) devasso: A miséria e a fome devassaram-na. Sem moral nem religião, devassou-se. vpr 7 Vulgarizar-se, generalizar- se: A moda devassou-se.

A polêmica propaganda foi "censurada" pelo Conselho de Autorregulação Publicitária (CONAR). É preciso destacar as aspas dessa "censura" porque a medida foi tomada por um órgão ligado ao próprio mercado publicitário, apesar dos defensores da campanha reclamarem da interferência do governo federal (uma queixa foi apresentada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres).
Com moralismo barato ou justa autoregulamentaçã o, a polêmica é ótima para trazer à tona dois debates ignorados pelos consumidores, marketeiros e pela mídia: 1. o quanto e como a imagem das mulheres é usada para vender qualquer coisa; 2. os limites do apelo para estimular o consumo de bebida álcoolica.
Para os devassos cervejeiros nada vai mudar. Na verdade, toda essa discussão tende a aumentar a exposição e as vendas da marca. E não acredito que esse fato isolado vai abrir os olhos femininos para que as mulheres deem conta do abuso a que estamos expostas, vendendo lixo ou carrões bacanas. Mas é um começo. Basta devassar outras propagandas e perceber que muda loura - ou a morena - mas as mulheres continuam lá, expostas como carne em vitrine de açougue.
Flaviana Serafim é jornalista e blogueira do São Paulo Urgente




Mais um pouquinho para ampliarmos a reflexão...

QUEM É ESSA DEVASSA?
Por Eduardo Guimarães

Foi um massacre a reação da mídia contra a decisão do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) de suspender a exibição de propaganda da cervejaria Schincariol que se utilizou da bombshell Paris Hilton para promover o lançamento de sua cerveja batizada como “Devassa”.
Nos jornais e em dezenas de sites e blogs ligados aos grandes meios de comunicação, a reação foi de uma ironia uníssona por conta de uma medida tida como “moralista”. Os tantos textos nesse sentido parecem ter sido escritos todos pela mesma pessoa.
A tese pseudo liberal seria a de que em um país de sensualidade marcada de suas mulheres e no qual várias outras propagandas de cerveja apelam para a sensualidade mostrando mulheres de “fio-dental” na praia, seria ridículo proibir a propaganda da cerveja Devassa por conta das poses sensuais de Paris em um comportado “tubinho” preto.
O Conar deliberou nesse sentido por moto próprio e também sob denúncias de consumidores e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, órgão do governo vinculado à Presidência da República. Ter um órgão do governo Lula vinculado à decisão do órgão regulador gerido pelo setor publicitário foi o que bastou para começar a gritaria midiática sobre “censura”.
Particularmente, sou contra o moralismo. E se, de fato, formos analisar a indumentária de Paris Hilton na propaganda proibida, veremos que, em termos de permissividade, nem se compara aos trajes de praia das propagandas das outras cervejarias, as quais encasquetaram que devem associar o consumo de álcool a jovens saudáveis e de corpos “sarados” divertindo-se saudavelmente na praia.
Contudo, a meu ver é escandalosamente claro que a propaganda da Schincariol é mais inaceitável do que as outras. Apesar de ser absurdo associar jovens saudáveis a consumo de álcool, isso vem sendo feito de forma a não denegrir grupos sociais ou de gênero. Jovens usarem roupa de banho na praia é um comportamento absolutamente normal. Exaltar a devassidão de uma mulher, não.
Uma mulher devassa é uma mulher libertina. Conforme explica o Houaiss, libertino é aquele que leva uma vida dissoluta, que se entrega imoderadamente aos prazeres do sexo, que revela irreverência a regras e dogmas estabelecidos, especialmente à religião e à prática desta, que não tem disciplina e que negligencia deveres e obrigações.
Quando uma propaganda de cerveja diz que a Juliana Paes é “boa”, é por ela ser bonita. E quando a exibe na praia em trajes que qualquer moça de vida regrada usa, não vejo estímulo a comportamentos degradantes como o da foto acima, feita no âmbito da campanha publicitária em que logo em seu lançamento a protagonista fica “de quatro” em uma festa com uma lata de cerveja na mão.
Essa gritaria midiática contra uma medida correta de proteção à imagem da mulher e contrária ao estímulo a comportamentos degradantes como a devassidão pode até ser prestação de serviço à cervejaria que fez a propaganda. Contudo, o fato de se poder usar a decisão do Conar para atacar mais um pouquinho o governo, deve ter pesado muito.
Eduardo Guimarães é presidente do MSM - Movimento dos Sem Mídia e escreve o blog Cidadania.com

Eu, Ana Paula, mulher, quero destacar o seguinte parágrafo:

"A tese pseudo liberal seria a de que em um país de sensualidade marcada de suas mulheres e no qual várias outras propagandas de cerveja apelam para a sensualidade mostrando mulheres de "fio-dental" na praia, seria ridículo proibir a propaganda da cerveja Devassa por conta das poses sensuais de Paris em um comportado "tubinho" preto".

Bem... qualquer mulher tem o direito de ficar de quatro, com tubinho ou sem tubinho, seja ele preto ou vermelho, inclusive com uma lata de cerveja na mão. Também tem todo o direito de ir a praia de fio-dental e tomar sua cervejinha... O que não é concebível é tornar o Feminino produto de supermercado e ainda dos mais baratos. Não estou dizendo que seria a favor se fosse um produto mais valorizado e encontrado somente em mega-shopping's... estou querendo, na verdade, convidá-las à refletir sobre uma questão que norteia as propagandas em questão: a SEXUALIDADE e a SENSUALIDADE FEMININA.
O que estamos fazendo com nossa Sexualidade? Que relação temos com nosso corpo e com estas duas propriedades (entende-se próprio da mulher)?













Não sou contra as moças que ganham o "pão de cada dia" servindo cerveja ou fazendo poses, nem contra as mulheres que vivem (ou sobrevivem) vendendo sua imagem.
Também não vou entrar na questão "papel da Mídia" e "decisão do CONAR", isso já está batido. Quero incentivar uma reflexão sobre o que pouco se fala (se é que hove algum comentário)... Quero chamar nossa atenção para a responsabilidade (ou contribuição) da mulher na desvalorização do Feminino ou na redução dela à um produto. A tal ponto que é preciso que órgãos ou instituições públicas saiam em nossa defesa e garantam nossos direitos, porque a própria mulher não se valoriza. Absurdo isso!!! Fico p... da cara.
((Juliana, me desculpa, te acho linda, mas assim não somos mais amigas!))
Mulheres, por favor, se valorizem!! Cuidem do Sagrado!
Se você virar um produto vai faltar mulher de verdade na cama.

Por Ana Paula Andrade

Conheça a Rede Matríztica

Imagens google

sexta-feira, 5 de março de 2010

Um olhar para dentro...


As pessoas buscam incessantemente se qualificar e se tornar grandes profissionais, mas na correria do dia-a-dia esquecem de se cuidar, de olhar para dentro de Si mesmos e de se perguntar: o que estou fazendo aqui? De que forma posso ser útil nesse planeta?
Das várias línguas que falam, nenhuma é útil para falar consigo, nenhuma lhe dá condições de compreender o idioma do seu Interior.

Trabalhamos, compramos, usamos, vendemos e construímos coisas e pessoas, tratamos de política, economia, física, ciência, enfim..., estamos sempre precisando saber o que está acontecendo no mundo, mas no fundo somos crianças brincando no teatro da existência, sem poder alcançar sua complexibilidade.

Não sabemos quase nada, quase tudo é um mistério, mal sabemos porque estamos aqui ou para onde vamos, cada um tem sua opinião ou sua fé, cada um acredita em algo diferente.
Apenas brincamos neste deslumbrante Planeta.

A existência é breve no tempo, existem coisas além de nós, somos pequeninos diante do Universo e muitos ainda só olham para seu próprio umbigo.

Não somos o centro do Universo, somos andantes na trajetória da existência que desconhecemos.
As pessoas vivem vidradas na cotação do dólar, em carros, viagens, dinheiro, poder, status, nos programas de TV que ensinam e mostram valores esdrúxulos para nosso crescimento, estamos cheios de atrativos.
Mas, muitos jamais olham para o seu Eu, muitos não querem se conhecer e resolver seus conflitos internos, por isso tornam-se entediados, angustiados, deprimidos, depressivos e cheios de tranqüilizantes e remédios, por ser a alternativa mais cômoda e menos dolorosa. Pois temem olhar para Si mesmos.

Precisamos nos amar, ter um romance com nossa própria vida, só assim poderemos Amar e ser Amado e descobrir a extraordinária razão de estar aqui.

Simone Alves
Evolução Feminina

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A Colcha de Retalhos


Fiquei intrigada com índice de tristeza que vem assolando as pessoas ao meu redor ultimamente...

Mas, afinal de contas, o que tem a ver esse sentimento com magia, espiritualidade, bruxaria e afins?

Eu diria que muito!

Afinal, a Arte é a arte de transformar... Transformar também as tristezas e amor puro, claro.

E é por esse viés que eu começo a tecer essa pequena colcha de idéias sobre o amor e bruxaria.

Mesmo por que... as bruxas possuem uma entrelaçada ligação com o tear, afinal de contas, somos filhas da Fiandeira do destino, Aquela que tece... tece...

ESCOLHENDO OS TECIDOS

Viver a Bruxaria requer bem mais que apenas estudar as origens da nossa crença ou saber que planta ou pedra usar para a feitura de um feitiço. Ser bruxa de verdade requer profunda transformação, trilhar a senda da Bruxaria é transformar-se. Portanto, uma mulher que se diz bruxa deve escolher muito bem os tecidos que usará em sua colcha.

É bem possível que no decorrer do tempo, vocês, mulheres como eu, tenham vivido alguns relacionamentos que em nada levaram. Talvez vocês tenham se deixado levar, é tão fácil se escravizar, virar o satélite de alguém... por amor (?).

Complexo viver nos dias de hoje em que temos de ser perfeitas criaturas, lindas, sexy, boas mães, boas profissionais, boas em tudo. É fácil nos perdermos no meio de nós mesmas. É fácil ficar perdida entre o que somos, o que fomos, o que devemos ser, o que querem que sejamos. De fato temos respostas para todos esses questionamentos?

Talvez o cerne de tudo esteja nos tecidos que escolhemos para fazermos a nossa colcha do amor.
Não precisamos buscar no baú das nossas lembranças apenas os tecidos mais belos e mais fortes, pois a nossa colcha deve ser feita também com os tecidos menos bonitos.

Reúnam os retalhos da vida, desde aquela seda maravilhosa, o algodão macio, até a lã mais felpuda... juntem com aqueles retalhos ásperos que as incomodam ao passar a mão. Para cada retalho áspero, dois retalhos suaves são suficientes.

Uma boa colcha de retalhos, para nos agasalhar, deve conter todos os retalhos que no baú das lembranças a gente encontrar.

Para saber se é um retalho que servirá para a sua colcha, peguem-no, coloquem-no junto ao peito, sintam o cheiro. Para onde ele te leva? Os cheiros nos levam a tantos lugares... Se o retalho fizer o corpo reagir, o coração acelerar, os olhos marejarem, a boca se abrir num sorriso ou num suspiro... Então é um bom retalho para a colcha de vocês. Se o retalho lhes incomodar quando vocês o trouxerem junto ao peito, se o retalho pinicar o corpo, se fizer com que suas sobrancelhas se juntem franzidas... Então também é um bom retalho para fazer a colcha.

Não que seja preciso dizer mas... deixem de lado retalhos sem cor alguma, tecidos neutros não devem fazer parte da colcha de vocês.

Acreditem, com essas dicas, vocês saberão distinguir quais os retalhos ideais para a colcha.
Lembrem-se: para cada retalho áspero, dois retalhos macios.

SEPARANDO AS LINHAS

Depois de reunir os retalhos é importante separar as linhas para que vocês consigam unir os retalhos macios com os ásperos.

Procurem no baú da memória aquelas linhas mais fortes e de cores mais intensas. Dê preferência àquelas linhas e fios que remetem vocês a algum cabo de guerra da vida. Segurem firmemente os fios que você sescolheram ao abrir o baú e puxe com as duas mãos, lembrando que as cores vivas são importantes. Linhas vermelhas de paixão, de garra, de luta. Para que a colcha não se desfaça nos invernos que ainda estão por vir, as linhas precisam ser fortes como aquele tempo em que achávamos que podíamos mudar o mundo, ou como aquele momento em que estivemos tão certas daquilo que queríamos e lutamos até sangrar para conseguir.

Cores quentes e vibrantes de linhas fortes e duráveis... Ideal para unir os retalhos bons aos ruins.

Lembrem-se: para cada retalho ruim, dois retalhos bons estão de bom tamanho.

TECENDO A COLCHA

Vocês já escolheram os retalhos e as suas linhas, agora é hora de tecer.
A colcha deve ser tecida de forma que a linha forte que vocês escolheram prenda o retalho áspero entre os dois retalhos macios. Isso é muito importante!
Quando envolvemos o retalho áspero com os retalhos macios damos a oportunidade do retalho áspero fazer seu trabalho, que é dar forma e rechear os retalhos macios. Sem o retalho áspero não saberíamos quão macios são os retalhos que servirão para nos cobrir.
Os retalhos ásperos não devem ser sentidos enquanto nos cobrimos com a colcha. Portanto, prenda muito bem os macios. Usem as linhas fortes para segurar o retalho áspero dentro dos dois retalhos macios.
Vocês sentirão que a colcha feita desta forma irá cobrir vocês com o peso ideal. Não se faz uma verdadeira colcha de retalhos do amor só de retalhos macios, fica leve demais, parece que estamos sozinhas, sozinhas de nós mesmas... pode não ser suficiente para cobrir nas noites frias do inverno.
É importante ter o peso dos retalhos ásperos presos com os fortes fios, para que os retalhos não se soltem à medida que vocês se movimentam debaixo da colcha. Vocês podem colocar em risco todo o trabalho construído.

DAR O NÓ DA MANEIRA CERTA

Agora que vocês já uniram os retalhos e já os costuram de maneira firme, é hora de dar os nós. Sim, por que se não der um nó bem dado, as fortes linhas de nada adiantarão. Os retalhos vão se soltar, pode acontecer de algum retalho macio se soltar e deixar o retalho áspero te cutucar. É muito ruim sentir os cutucões dos tecidos ásperos enquanto o que se pretendia o tempo todo, é que esses servissem de recheio para os felpudos.

Dar os nós nas nossa colcha mágica não tarefa fácil. Somos facilmente tentadas a deixar um ou outro frouxo, fazendo escapar algum ponto “farpento” do tecido áspero incomodar o nosso aconchego. Quantas vezes, quando o aconchego está perfeito, quando tudo mais está perfeito, nos deixamos incomodar com as aspereza de algum tecido duro, não é mesmo? É como se não conseguíssemos desfrutar do momento, pois ficamos focadas naquele ponto áspero, insistente, que tira o sono e não nos deixa ser feliz.

Aqui se requer muita habilidade e responsabilidade na hora de dar o nó, pois se os retalhos se soltarem... a culpa será só nossa,pois fomos nós quem não demos o mó da maneira devida.

Outro ponto importante para a confecção da nossa colcha é dar o nó firme, mas deixar que ele fique em relevo, pois nós em relevo também incomoda. O nó deve ser parte integrante da colcha sem que nós percebamos nitidamente. Lembrar toda hora do nó na hora de se cobrir com a colcha deixa marcas pelo corpo, incomoda ficar lembrando dele, gera medo dele se soltar e nos faz duras, afirmando a nós mesmas o quanto pode ser desastroso se o trabalho se perder por que não demos o nó certo. Pode prejudicar o sono, embaralhar a mente e nos impossibilitar de curtir todo o trabalho que tivemos.
O medo do nó soltar é o equivalente àqueles momentos em que sabemos que fizemos um bom trabalho, em que demos o melhor de nós mesmas e usamos todo o nosso amor e habilidade para construir algo, mas que tudo pode se perder... Ficamos o tempo inteiro pensando que tudo poderá ir por água abaixo...

Então, façam seus nós com firmeza e de modo que ele seja mais um ponto natural da colcha que você vagarosamente confeccionou. Vocês dormirão mais tranqüilas.

DEBAIXO DA COLCHA

Sua colcha está feita!

E como é bom terminar um longo trabalho!

Como é bom saborear a conclusão do processo difícil de juntar os nossos pedaços, digo, de juntar os nossos pedaços de pano...

Agora é hora de vocês se cobrirem com a colcha que vocês fizeram com suas mãos, seus tecidos e suas linhas. Se cobrir com a colcha equivale àqueles momentos sem explicação em que despertamos em uma manhã, seja ela fria ou não, nublada ou ensolarada, e estamos tão aconchegadas com nós mesmas.

Estamos protegidas pela colcha mágica dos nossos retalhos, com todos os fios e nós em perfeita harmonia e conseguimos até cobrir aqueles que amamos com os nossos pedaços unidos, digo, os nossos pedaços de panos unidos com nossas linhas.

Quando vocês terminarem a colcha, cobram-se com ela, cubram-se sem medo dos nós se soltarem. Vocês fizeram um bom trabalho.

Cubram-se sem roupa, sem medo, sem medo de que os tecidos ásperos incomodem a mente e o corpo.

Cubram-se, esse é o manto que vocês fizeram, o manto de vocês mesmas.

HORA DE SE DESCOBRIR

E, por fim, devo dizer a vocês que talvez a melhor parte de todo o trabalho nem seja se cobrir com a colcha, mas se descobrir.
A colcha de retalhos do amor tem o seu poder potencializado quando nos descobrimos.

Sim, ela nos aquece e nos acomoda gostoso, mas o melhor momento talvez seja aquele em que, depois de um tempo cobertas, aquecidas com os retalhos que vocês souberam alinhavar muito bem, vocês se descubram... nuas, livres, apenas sendo o que vocês são.

Ao se descobrir, guarde a colcha num lugar especial, com alguns ramos de lavanda para perfumá-la, vocês sempre terão os retalhos unidos na colcha mágica.

Descubram-se sempre... e recorram à colcha sempre.

Não esqueçam dela jamais... Valorizem-na, ela e o trabalho magnífico de vocês.

Essa é uma lição muito importante para toda costureira que se preze!

Vocês construirão muitas colchas no decorrer da vida...

Quem sabe uma colcha gigante não possa se formar ao final, não é mesmo?

E é assim, tecendo, fiando, costurando os tecidos e as linhas das nossas vidas que aprendemos alguns mistérios magníficos da Grande Fiandeira, Aquela de cujos dedos são feitos o sonho e a realidade, o adormecer e o despertar... tudo junto num enorme manto multicolorido.

Somos filhas da Grande Tecelã da vida... e, por Ela, jamais nos esqueçamos disso!

Beijos alinhavados,
Lua Serena

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dia de Iemanjá! Rainha do Mar!


Iyemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja "Iemanjá" ou Yemoja, é um orixá africano, cujo nome deriva da expressão Iorubá "Yèyé omo ejá" ("Mãe cujos filhos são peixes").
Considerada a Mãe de todos os Orixás, Iemanjá era originalmente, uma deusa lunar, padroeira dos rios e do mar, protetora das mulheres e das crianças.
No Brasil existe um sincretismo com a santa católica Nossa Senhora dos Navegantes. Em alguns momentos, inclusive festas em homenagem as duas se fundem. No Brasil, tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá tem sua comemoração no dia 2 de fevereiro com grandes procissões e nas praias são levadas oferendas a Ela.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Lua Cheia em Leão

Hoje é lua cheia e ela está passando pelo signo de Leão. Temos o Sol transitando por Aquário até dia 18/02.
O signo de Leão trata da auto-estima, confiança, do brilho pessoal, expressão criativa individual, dos prazeres do mundo físico e do orgulho. O ponto chave é a INDIVIDUALIDADE.
Já o signo de Aquário trata de questões da comunidade, pertencer a um grupo, causas sociais, intelectualidade, quebrar padrões e regras, ter um raciocinio lógico próprio, democracia. O ponto chave é a LIBERDADE e COLETIVIDADE.


Hoje é um dia propício para trabalhar questões que envolvem o EU X O MUNDO / QUESTÕES INDIVIDUAIS X QUESTÕES DA COMUNIDADE


Vamos expandir nossa consciência. Vamos meditar para a melhora do planeta. Vamos ser colaboradoras da mudança que queremos ver.
Podemos também trabalhar a nossa mudança interna, fazer rituais de purificação e cura. Rituais também para força de vontade, coragem e harmonia.


Beijos e uma ótima lua cheia!
Ana.

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