sábado, 3 de dezembro de 2011
A dona da minha vida
Olá a todas!
Após um período ausente, hoje realmente eu senti uma grande vontade de compartilhar com vocês algumas palavras.
Hoje especialmente, me deparei olhando pro meu passado, o que fez os meus pensamentos remeterem-se a um fantasma que muitas de nós, mulheres, carregamos em nossas vidas: a culpa. Houve um momento recente, em que meu coração esteve machucado pela culpa, que me consumia por dentro. Tudo ocorreu em uma ocasião na qual me permiti abrir mão dos meus sonhos, para me “adequar” ao que as pessoas à minha volta esperavam de mim. Ainda assim, me sentia infeliz, por não conseguir atender as expectativas das pessoas. Foram roupas, intuições, atitudes, músicas, crenças espirituais deixadas de lado.
Por outro lado, ao tentar encarar este fantasma, procurando entender de onde vinha esse sentimento, pude perceber que poderia utilizar toda essa dor para dar impulso para me reerguer, correndo atrás do que o meu coração pedia, e do que eu acreditava ser o melhor pra mim. Tropecei muitas vezes, quase caí, mas continuei seguindo em frente. No entanto, num certo momento em que estava prestes a realizar uma grande conquista, a falta de confiança quase voltou a tomar conta de mim, e pensei: não serei capaz. Quase voltei para trás, quase desisti de um grande sonho pela segunda vez, porém constatei que, se estava conquistando aquilo, é porque sou capaz e sou merecedora. Sou merecedora porque lutei, porque busquei, porque reagi e me utilizei de um sentimento que me fazia sofrer, para reverter toda a situação em que minha vida se encontrava. Sinto-me realizada em muitos aspectos, mas ainda tenho uma infinidade de coisas que gostaria e luto para realizar.
Mas qual o motivo de estar escrevendo tudo isso? Por eu ser a dona da verdade? Não, não sou dona da verdade, e sou apenas uma mulher, como todas nós somos. Mas todo esse processo que vivi me fez entender que sou dona da minha vida, e que ninguém além de mim pode saber o que me faz bem. E não é prepotência minha, eu apenas busco viver de acordo com o que acredito, sem me importar com que estão pensando ou falando ao meu respeito.
No entanto, me entristece muito ver que ainda existem mulheres aprisionadas por valores e crenças de uma sociedade que tenta ter domínio sobre nós. Querem dizer qual é a profissão que devemos seguir, com que tipo de homem devemos nos relacionar e nos casar, com qual idade devemos nos casar (e será que muitas de nós querem mesmo se casar??), quantos filhos devemos ter e com idade temos que engravidar. Querem escolher as nossas roupas, quais músicas devemos ouvir, querem criar um padrão de beleza feminino, querem dizer como devemos nos sentar, caminhar, o que devemos consumir, qual religião seguir, enfim, somos bombardeadas por cobranças desde que nascemos. E o pior, a gente se cobra para que sejamos perfeitas, e para atendermos todas as expectativas que nos depositam. E ao mesmo tempo, sofremos muito, não apenas pelas pressões externas, mas também por sentirmos um grande vazio em nós. Deixamos de nos conhecer, para da conta de todos os problemas do mundo. Mas não sei, pensando um pouco em tudo isso, acho que a culpa vem justamente porque lá no fundo sabemos que as coisas não deveriam ser assim. Sabemos que temos nossas limitações, e sabemos que o nosso coração gostaria de seguir um outro caminho. Ou seja, nos culpamos por não sermos mulheres perfeitas, e ao mesmo tempo nos culpamos por não vivermos de acordo com o que acreditamos. Vivemos um conflito constante.
Mas acredito que só depende de nós identificarmos o que nos faz sentir culpa, depende de nós o perdão, para que assim possamos nos dar a chance de escrever uma nova história. Existe uma grande heroina vivendo dentro de cada uma nós, que luta para vir à tona, temos que dar uma chance para que ela possa mostrar os caminhos que devemos seguir. Temos que acreditar e depositar toda nossa confiança nela. Ela não vai falhar...
Assumir para mim e para o mundo o que de verdade sou é o que tenho tentado fazer. É agindo assim que estou fazendo as pazes comigo, e desejo que possam encontrar a mesma paz em vocês.
Mônica Azevedo
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6 comentários:
Me vi em suas palavras, Mô! E acredito que 99% das mulheres que lerem seu texto irão se identificar. Vamos nos libertar, mesmo que seja difícil, mesmo que doa muitas vezes, que demore, não vamos desistir! Passo por passo temos que buscar nossa liberdade, nossa felicidade, nosso EU!
Beijos lindona! :)
Sim, Ká, e estamos aqui pra compartilhar nossas angústias, e nos apoiar...não podemos desistir!
Beijos, amiga!
Concordo com a Ana, me identifiquei demais com tudo o que vc escreveu. E por coincidencia, hj entrei na internet sentindo um tremendo vazio, buscando algo que pudesse melhorar um pouco esse sentimento e me deparei com seu texto, não sei se ele ajudou a melhorar ou a piorar esse vazio, pois me vez enxergar justamente onde esta o problema, mas ainda me sinto sem forças de mudar tanta coisa, me sinto pressa. Vou meditar um pouco. beijo a todas e a todos.
Acho que só o fato de você perceber que existe algo que não está legal, já é algo muito importante. Pode ser doloroso, mas conhecer a si própria vai valer muito a pena, acredite!
Beijos!
Descobri seu blog por acaso e estou adorando. Nestes últimos 2 meses estou vivendo esse gostar de mim. Sempre esperei dos outros que cuidassem de mim, tivessem consideração e respeito. E observando a minha vida e refletindo, senti no fundo do meu ser, que eu tenho que me cuidar, somente eu posso me proteger e me dar o que preciso. Isso esta fazendo muita diferença em minha vida, sempre soube disso, mas a diferença é que agora eu sinto a verdade dessas palavras. Boas festas, tudo de bom para você. Bj
Olá Sirlen! Bem-vinda! Sinta-se a vontade para comentar sempre!
Fico feliz que a libertação está surgindo dentro de vc! O caminho as vezes parece árduo, mas é recompensador! E vamos caminhando né?!
Beijos,
Ana K.
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