Uma vez que fomos criadas dentro
de um contexto social e cultural que não reconhece a nossa ligação com a
natureza e tampouco os ciclos internos e internos, são raros os momentos em que
paramos para respeitar nossos corpos quando eles pedem por recolhimento. Diria
ainda que poucas de nós consegue perceber estes momentos como um pedido de
recolhimento. O ritmo de nosso cotidiano não permite que a gente perceba os
pedidos de atenção, feitos pelos nossos corpos.
Por não respeitarmos os sinais
de alerta, acabamos por sofrer de sintomas como a tensão pré menstrual, cólicas
e outros transtornos relacionados à saúde feminina.
Ainda, consumimos absorventes
higiênicos descartáveis, confeccionados a partir de materiais que podem causar
desequilíbrio na flora vaginal, além de muitas vezes favorecer a formação de
tumores no aparelho reprodutivo. Além disso, por não serem biodegradáveis,
estes absorventes são extremamente agressivos ao meio ambiente, demorando
muitos anos para se deteriorarem.
Como alternativa a esses
produtos, já há alguns anos existem no mercado absorventes de pano
reutilizáveis, além de “copos” menstruais feitos de silicones. Em novembro de
2012, publiquei também uma postagem falando sobre esponjas menstruais. Considero que estes produtos oferecem inúmeros
benefícios, pois além de não prejudicarem a natureza, eles pode auxiliam na
preservação da saúde. E principalmente, eles favorecem o contato da mulher com
seu sangue, contato que foi perdido há muitas gerações. Através deles, podemos
tocar nosso sangue, perceber seu cheiro, sua espessura. Podemos também, através
deles, oferecer nosso sangue à terra, ao regarmos nossas plantas com água
misturada ao sangue menstrual . Isso porque sangue menstrual possui nutrientes
que favorecem os cuidados às plantas. Temos relatos de que na antiguidade, as
mulheres se agachavam diretamente na terra, permitindo que seu sangue
escorresse e fosse oferecido a ela. Talvez isso seja um pouco difícil nos dias
atuais, porém, existem hoje em dia, mulheres que conseguiram adotar essa
prática. Mesmo não sendo possível para muitas de nós, acredito que temos muitas
possiblidades de criar um vinculo com o nosso sangue e com a terra, adotando em
nosso cotidiano as práticas que mencionei no começo do parágrafo. Se alguma das
leitoras já faz alguma dessas práticas, gostaria que compartilhassem no blog
suas experiências.
Até breve!
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