Conforme foi colocado no texto anterior, a menstruação normalmente está
representada pela lua minguante, que ao mesmo tempo está associada à face
escura da Deusa e à morte. O sangue por si só já é visto como morte no contexto
cultural em que vivemos.
Nos tempos mais antigos em que o sangrar da mulher era
visto como mistério, as mulheres eram afastadas das atividades durante o
período menstrual. Esta fase do ciclo menstrual era considerado um momento
entre a vida e a morte. Recolhidas nas tendas da lua, as mulheres muitas vezes
sincronizavam o ciclo menstrual, e nestas tendas ouviam a voz da intuição e
buscavam o autoconhecimento. Os vínculos entre as mulheres eram fortalecidos e
este fato atribuía poder a elas.
Porém, “gradualmente o sentido do poder sagrado foi sendo
submetido pela ideia da poluição, da impureza, até resultar em um fator de
desvalorização da mulher como ser humano”. (Mônika Von Koss – Rubra Força). E
como resultado disto, as mulheres passaram a ser isoladas das comunidades não
mais pela consagração da menstruação e sim pelo fato do sangue menstrual
começar a ser considerado impuro. Desta forma, a menstruação que antes era um
tabu pelo mistério dos ciclos e por ser sagrado, passou então a ser considerado
um tabu pela impureza.
Certamente, toda a opressão que a mulher, seus ciclos e
atributos sofrem por gerações se deve ao fato da sociedade patriarcal
reconhecer o poder que carregamos em nós. A fragilização do feminino é
conveniente ao sistema capitalista e patriarcal, para a submissão da mulher à
produção e consumo.
No entanto, este contexto imposto nos dias de hoje
compromete a nossa relação conosco e a relações sociais em geral. Como
resultado disso, a nossa saúde é afetada, além de estarmos em desequilíbrio com
o masculino, quando na verdade deveríamos ser complementares e andarmos lado a
lado. No próximo texto, quero propor uma nova forma para que possamos nos
reconectar aos nossos ciclos.
Até breve!
Nenhum comentário:
Postar um comentário