segunda-feira, 29 de junho de 2009

Casas de Parto: vocês conhecem?

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São casas onde você faz o pré natal e pari seu bebê de forma humanizada, o mais naturalmente possível.


Não realizam cesarianas, então, só gestantes de baixo risco podem ter seus bebês lá. Também por isso, estão sempre ligadas a um hospital grande.

O atendimento é feito 100% por enfermeiras obstétricas, que são formadas e têm toda a capacidade, potencial e respaldo do Ministério da Saúde para assistirem o parto de gestantes de baixo risco (ou, no termo errôneo, mas geral, “fazerem o parto”).

Lá, pode ficar com a parturiente quem ela quiser. Ela pode ficar na posição que quiser. Pode entrar na banheira, sair, andar, dançar, gritar, chorar, rir, conversar. Ela pode sentar na bola, na cadeira de cócoras, na cama. Pode ter um parto ativo, saudável, respeitoso e prazeroso.

O serviço é público.

Umas das poucas coisas do SUS que funcionavam bem, bem demais.

A coisa é linda demaaaaais…..


Infelizmente, a Casa de Parto David Capistrano, do Rio de Janeiro, foi fechada.

Só me adiantando às perguntas, parto natural é ecológico, sim.

É ecológico, é saudável, é natural!


Não gasta nada do material descartável que se gasta em uma cesariana, não precisa dos equipamentos da cesariana, não precisa da luz que se precisa em uma cesariana.

Também não precisa tomar remédios no pós-parto.

E facilita a amamentação na primeira hora e nas primeiras semanas, quando quem sofreu uma cesárea sente dores nos cortes.

Além disso tudo, crianças nascidas de parto normal (não necessariamente natural) desenvolvem menos problemas respiratórios do que as nascidas de cesariana. Isso significa menos remédios, menos passagens em hospitais (menos combustível, menos papel, menos descartáveis), menos inalação, menos noites sem sono para os pais.



Quem quiser saber mais sobre parto natural, veja o GAMA, o blog do Parto Humanizado, o Parto do Princípio, o Amigas do Parto e a ONG Amigas do Parto.







...


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Manifesto Madrepérola

"1. nós nos comprometemos a atuar em rede e em favor de todas as mulheres, evitando criticar de forma depreciativa qualquer uma de nossas irmãs, evitando deslegitimar suas posturas, momentos de vida e opiniões,e ao invés disso, oferecendo bases de identificação, compreensão e abertura ao diálogo mesmo quando não concordamos com elas;

2. nós nos comprometemos a apoiar de forma pessoal, emocional, moral ou qualquer outro tipo possível, mulheres passando pro processos de gravidez, parto, puerpério, amamentação e criação de filhos, compreendendo a tarefa de acolher e nos responsabilizar de forma coletiva por nossas crianças como um todo;

3. nós nos comprometemos a trocar com outras mulheres, nossos conhecimentos de qualquer espécie, nosso tempo, o produto de nossos ofícios, objetos e serviços sem o uso de moeda corrente;

4. nós nos comprometemos a debater em profundidade todos os assuntos de interesse da mulher, sejam de ordem privada ou pública, preservando o respeito e a legitimidade de todas as vozes femininas em seus discursos;

5. nós nos comprometemos a buscar visões mais femininas acerca de nossos próprios corpos, acerca da imagem de nossos corpos na sociedade e na mídia, e acerca de processos físicos particulares como menstruação, gravidez, amamentação e menopausa, visando acima de tudo diminuir a patologização e ahomogenização desses processos e promover o conforto da mulher em seu corpo;

6. nós nos comprometemos a buscar soluções de saúde e de cura, para nós e o planeta, que ao mesmo tempo resgatem conhecimentos antigos privilegiando os transmitidos por outras mulheres e inovem de forma holística superando a visão fragmentada e mecanicista de saúde e bem-estar;

7. nós nos comprometemos com o momento atual da terra e com a busca de soluções cooperativas, relacionais, amorosas e de cuidado, abandonando os comportamentos exploratórios e depredatórios da sociedade atual;

8. nós nos comprometemos com as plantas, animais e toda a vida na terra, com a proteção de espécies e habitats naturais, com a proteção da água e com um crescente senso de respeito em relação à soberania e direito àexistência de todas as formas de vida;

9. nós nos comprometemos com nossos filhos e filhas, rompendo com a transmissão fácil dos paradigmas vigentes e com a terceirização de nossas crianças, contando para isso com uma rede de suporte educativo entretodas as mulheres interessadas;

10. nós nos comprometemos com o desmantelamento de tudo o que é nocivo na sociedade em que vivemos, e com a criação e suporte a todo tipo de redes paralelas que valorizem uma existência sem consumismo, competição ou comportamentos predatórios;

11. nós nos comprometemos com a acolhida -especialmente mental e emocional- de outras participantes do manifesto, independente de diferenças individuais e do ponto em que estejam no processo de retorno aofeminino;12. nós nos comprometemos com a queda de estereótipos sobre o feminino, superação de falsas dicotomias (positivo-negativo, natureza-cultura, sexual-espiritual entre outras) que localizam o feminino em oposição aoque simboliza o bom, desejável ou normal."

"Coletivo Madrepérola"

sexta-feira, 19 de junho de 2009

ESTRANHA MULHER

Ela vai pela vida como quem dança de olhos fechados... mas enxerga tudo nitidamente.

Tudo que é tocado pelos Deuses, é tocado por ela também.

É com Eles que ela fala quando dança de olhos fechados, movimentando seu corpo com movimentos circulares.

É com Eles que ela conversa quando grita e ninguém ouve.


Quando chora e nem vê.


Quando ama e nem mesmo se dá conta.


Estranha mulher que caminha pelo mundo e atrai para si a atenção de alguns, o desprezo de outros, e ânsia de todos. Ela é aquilo que todos desejam ser.

Por isso ela ri, chora, encara o espelho negro e reconhece a face dos Deuses.

Por isso ela passa pela vida e deixa sua marca... um afago inesquecível... um talho profundo na carne.

Ao passar pelo mundo, ela é vista como sacerdotisa, mãe, moça, irmã, bruxa, puta...

Ela é a vida para os capazes de mergulhar libertos em seu caldeirão, a morte para quem mergulha agarrado ao medo.

É fácil apontar quem é essa mulher.

Difícil é compreender a extensão de seu poder.

Difícil é conviver com tamanha luz e tamanha escuridão.

Por isso ela é chamada de muitos nomes, por isso ela é venerada e afastada, idolatrada e desprezada.

Ela contém o real brilho do Sol, a verdadeira escuridão da Lua, e a inigualável força da Terra.

Ninguém pode domar sua natureza de loba, de águia, de coruja, de serpente...

Ela é a mulher que arrasta ruas, que derruba montanhas, que acalma as águas.

Ela é a mulher da terra, do asfalto, da caverna.

Ela é a Deusa transformada em Demônio.

... ELA MORA DENTRO DE VOCÊ.

Imagem:
http://www.goddessartbycharmian.com/contact.htm

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