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terça-feira, 2 de abril de 2013

Filme Cisne Negro e os Arquétipos



Filme Cisne Negro e os Arquétipos

O filme Cisne Negro mostra um dos mitos mais recorrentes em diversos panteões: O Mito de Descida.
O Mito de Descida fala sobre o encontro com a nossa sombra, uma de nossas facetas, e também nosso processo de individuação e o ciclo vida-morte-vida. Na Suméria, foi a Deusa Inanna (deusa da vida e da fertilidade) que desceu ao Submundo para encontrar a Deusa Ereshkigal (deusa da morte, rainha do inferno). Na mitologia grega temos o rapto de Core (a jovem, a virgem). Neste mito, o Deus Hades, fascinado pela beleza da jovem, leva-a para o mundo subterrâneo, desposando-a e fazendo dela sua rainha e esposa (Perséfone, Rainha do Submundo).

Return of Persephone – Frederic Leighton
No filme, Nina (Natalie Portman), uma bailarina, representa Core (menina pura, virginal, graciosa, submissa e ingênua) em seu processo de descida. O processo está inconsciente até ela conseguir o papel principal da peça “O Lago dos Cisnes” e ter que representar os dois cisnes (branco e negro) e se deparar com a grande dificuldade em interpretar o Negro, pois ele representa o ser Rainha da própria vida, se tornar mulher, o se desvincular de sua mãe e lidar com a Sombra.
Assim como no mito, Nina possui uma mãe (Erica) que a protege e mima, além de projetar nela a sua carreira não realizada. Ela controla a filha e a sufoca, não deixando-a amadurecer e andar pelas próprias pernas. Essa mãe (arquétipo de Deméter) está atuando no lado sombra, pois o papel de nutridora e doadora de vida ultrapassa e atua no lado controlador e manipulador. A mãe vê que sua filha não é mais uma menina (Core), e tenta de todo jeito mantê-la nesse estado. O quarto é cheio de bichinhos de pelúcia, caixinha de música, ela coloca-a pra dormir, penteia o cabelo e faz tudo para Nina. Ela começa a se frustrar quando vê que está perdendo o controle.
O diretor artístico da academia (Thomas) é o arquétipo de Hades, que a seduz e faz com que a sexualidade dela desabroche. Ele rapta-a psicologicamente. Ele percebe que Nina é assexuada, inibida, timida e que a rigidez interna dela impede que sua dança flua. Ele estimula Nina a pensar em sexo. Ele também a beija e a toca.
A nova amiga da academia, Lily, é o arquétipo de Afrodite. Mulher livre, dona de si, com sexualidade bem resolvida. Ela é criativa, alegre e dança de forma despretensiosa. Quando Nina se depara com isso, se sente ameaçada, pois ela pode tomar o seu lugar. E ela, ainda como Core, vê que não recebe mimos na academia como em casa, com sua mãe. O mundo é cruel. Nina também não sabe como lidar com o Cisne Negro que começa a florescer dentro dela (rapto de Hades).
O ápice do rompimento se dá no momento em que ela enfrenta sua mãe e sai para dançar com sua amiga Lily, sem culpas, de forma libertadora.
A descida realmente acontece quando ela se descobre como mulher, se toca, sente prazer, se entrega, se liberta, tem fantasias. O Cisne Negro desperta e no filme mostra Nina com asas.
No fim do filme, Nina integra o Cisne Branco com o Cisne Negro (Core e Perséfone – Virgem e Rainha) quando se entrega ao processo e deixa fluir, vivencia os dois lados, tem a luta dela com ela mesma no camarim onde quebra o reflexo no espelho e depois no palco ela fala: Foi perfeito! A perfeição não está ligada a rigidez e controle. A perfeição é a integração da luz e sombra de forma consciente. É ser o que se é, é reconhecer as nossas facetas e vivencia-las em plenitude.
A morte no final é mais uma morte simbólica, no sentido de que Nina deixa um estado para outro. Ela integra as duas facetas. Em todo processo de descida deixamos algo para trás, algo morre para dar lugar a outra coisa, outro estado. São os ciclos de vida-morte-vida, as transformações.

©Texto de Ana Karina Lunelli. Diga não ao plágio. Gratidão.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Conselho da Semana - Lua Cheia

Chegamos a lua cheia em Escorpião, onde trabalhamos a intuição, nossa percepção, questões profundas, transformações internas, mergulhamos no nosso interior, a alma e a morte (de ancestrais, projetos, ciclos, fases...). Em oposição, está o Sol em Touro que fala do que é concreto, material, a prosperidade, o corpo, estruturação, abundância, nutrição e a vida.
Este é o eixo da vida-morte (e vida). Um eixo que fala da dualidade, de polaridades que se complementam e representam o próprio fluir da vida. Poderoso eixo para libertação, desapego, crescimento e grandes transformações.
Podemos associar esse plenilúnio a Deusa Deméter, Mãe do Grão, da Nutrição (Touro) e sua filha Perséfone, Rainha do Submundo, da Morte e Transformação (Escorpião). O mito dessas Deusas também falam do tema vida-morte-vida e dos ciclos da natureza (4 estações do ano).
Essa lua também é muito conhecida pelo Festival de Wesak, o nascimento de Buda.

Para essa semana tirei o conselho: SEMEAR!


Compartilhar, cooperar, amar, valorizar são qualidades oferecidas por um coração amoroso e por um espírito desperto. Esta é uma carta de nutrição. A estrela menor, branca ao norte da mandala, é o espectro do homem no plano do espírito. A intuição nutrindo a mente, que leva a ação.

Mensagem da mandala:
A semente brota, mas se a raiz não for profunda, a planta fica fraca, pois não cresce ou seca facilmente. São essas as pessoas de bons sentimentos, mas sem firmeza em suas convicções por falta de uma boa estrutura, que ajudaria a enraizar a semente. Sem as raízes de uma cultura universalista e a adoção de princípios profundos da vida espiritual, não existem bases para a evolução.
É necessário perceber qualquer bloqueio que esteja prejudicando o processo de enraizamento ou a força de mergulhar mais fundo nas situações. Se não estivermos bem centrados no nosso mundo físico, não conseguiremos entender totalmente o propósito de nossas visões, sonhos, potenciais, ou ainda descobrir as verdades da fonte original.
Esta mandala mostra que precisamos compreender que tudo que acontece tem possibilidade de se materializar, num ritmo e tempos próprios. Devemos perseverar durante as difíceis fases iniciais, para que a mudança ocorra incondicionalmente, sem a tensão provocada pelo nosso imediatismo.

Aplicação:
Esqueça contratempos e mostre um sorriso gostoso para as pessoas que estão a sua volta. Doe alguma energia de otimismo e distribua alegria aos que estão longe de ter essas qualidades.
Como exercício de semeadura, compre uma mudinha, sementes de flor ou árvore, plante numa jardineira ou num pedaço de terra. Faça isso sob a luz da lua. Enquanto você planta, mentalize uma grande energia amorosa de cor azul prateada saindo das pontas de seus dedos e envolvendo o pequeno broto ou semente. Imagine que você está usando a sua capacidade de pôr um pouco mais de harmonia, ordem e luz no universo; nos dias seguintes, passe a acompanhar o movimento da natureza no meio da sua plantinha.*

Interessante notar como o texto e o que grifei falam exatamente do que postei sobre o tema dessa lua cheia.

Boa semana a todas!
Ana.



*Texto retirado do livro: Mandala - A Arte do Conhecimento. Ed. Pensamento.

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