Nós, do Universo EcoFeminino
estamos lendo mais uma vez o livro “Mulheres que Correm com os Lobos”. Eu vejo
essa obra maravilhosa de Clarissa Pinkola Estés como algo que devemos carregar
por toda a vida. Em algum momento de nossas vidas iremos nos identificar com
algum dos contos. Se no momento um deles não tem muito a nos dizer, podemos
estar certas de que numa próxima fase de nossa vida ele nos tocará, e nos
ensinará lindas lições.
Estamos relendo agora o capítulo
9 – A Volta ao Lar: O Retorno ao Próprio Self. É um capítulo que me marcou
muito. Então, quero compartilhar aqui uma situação que vivi quando li este
capítulo pela primeira vez, há 5 anos. Eu estava passando por um momento complicado,
tinha acabado um namoro há pouco tempo e estava vivendo um problema muito sério
na família. Estava muito longe de mim mesma, anulando a minha vida em função do
outro.
Nessa época, em um domingo, tive
uma apresentação de dança do ventre na escola onde eu fazia aula. Era uma das
poucas coisas boas que estava fazendo por mim mesma. Naquele dia, estava
esgotada por conta dos problemas que mencionei acima, mas estava a caminho do
evento. Um pouco antes de chegar ao local da apresentação, recebi pelo celular
uma mensagem de uma amiga, dizendo que havia acontecido um imprevisto com seu
pai e por isso não poderia me ver dançar. Eu, que estava já muito triste por
conta do momento difícil, fiquei ainda mais fragilizada com a mensagem que
tinha acabado de receber. E não tive
como segurar, tive uma crise de choro ali mesmo no ônibus, na companhia da
minha mãe. Não tinha como voltar atrás, não podia desistir do compromisso e
cheguei ao local ainda muito triste e chorando. Estava decidida a fazer somente
a apresentação em grupo e não iria de maneira alguma fazer uma apresentação
solo que havia me comprometido. Assim
que cheguei ao vestiário, tinha uma moça, uma bailarina que nunca havia visto
antes, que me acolheu e conversou muito comigo. Lembro que ela fez minha
maquiagem, que ficou linda, e conseguiu me convencer a fazer as duas
apresentações. E aí está a foto da minha apresentação solo. Dá pra acreditar
que poucos instantes antes eu havia vivido todo o drama que contei agora?
E vocês que estão lendo este
post, devem estar se perguntando o que tudo isso tem a ver com o livro. Na
verdade, tem tudo a ver, pois quando pisei no palco e a música começou a tocar,
senti que todas as preocupações tinham se acabado. Aproveitei cada momento, eu
voltei para o meu espaço sagrado, para a fonte da minha vida. Aqueles momentos
foram essenciais para o meu descanso, para eu retornar mais fortalecida para o
mundo real, e assim enfrentar com mais sabedoria e inspiração aqueles momentos difíceis.
Na época, guardei comigo este
trecho do livro, que definia exatamente aqueles minutos que vivi:
"O lar é a pura vida instintiva que
funciona tão bem quanto uma engrenagem bem azeitada, onde tudo é como deveria
ser, onde todos os ruídos parecem certos, a luz é boa e os cheiros nos acalmam
em vez de nos deixarem alarmadas. Não é importante como passamos o tempo nesse
retorno. O que é essencial é qualquer coisa que propicie esse equilíbrio. O lar
é isso”.
Cinco anos se passaram e a dança
continua sendo o caminho de volta ao meu lar. Na última aula que tive na semana
passada eu estava um pouco chateada (nada que tivesse a dimensão de antes,
Graças à Deusa) e mais uma vez tive a sensação de ter recuperado minhas forças
através da dança. A dança me fortalece, me abençoa e me cura.
Desejo que todas possam encontrar
o caminho de volta aos seus lares.
Mônica Azevedo
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