domingo, 19 de maio de 2013

A dessacralização dos ciclos femininos e a relação com a saúde da mulher e da Terra


Uma vez que fomos criadas dentro de um contexto social e cultural que não reconhece a nossa ligação com a natureza e tampouco os ciclos internos e internos, são raros os momentos em que paramos para respeitar nossos corpos quando eles pedem por recolhimento. Diria ainda que poucas de nós consegue perceber estes momentos como um pedido de recolhimento. O ritmo de nosso cotidiano não permite que a gente perceba os pedidos de atenção, feitos pelos nossos corpos.
Por não respeitarmos os sinais de alerta, acabamos por sofrer de sintomas como a tensão pré menstrual, cólicas e outros transtornos relacionados à saúde feminina.
Ainda, consumimos absorventes higiênicos descartáveis, confeccionados a partir de materiais que podem causar desequilíbrio na flora vaginal, além de muitas vezes favorecer a formação de tumores no aparelho reprodutivo. Além disso, por não serem biodegradáveis, estes absorventes são extremamente agressivos ao meio ambiente, demorando muitos anos para se deteriorarem.
Como alternativa a esses produtos, já há alguns anos existem no mercado absorventes de pano reutilizáveis, além de “copos” menstruais feitos de silicones. Em novembro de 2012, publiquei também uma postagem falando sobre esponjas menstruais.  Considero que estes produtos oferecem inúmeros benefícios, pois além de não prejudicarem a natureza, eles pode auxiliam na preservação da saúde. E principalmente, eles favorecem o contato da mulher com seu sangue, contato que foi perdido há muitas gerações. Através deles, podemos tocar nosso sangue, perceber seu cheiro, sua espessura. Podemos também, através deles, oferecer nosso sangue à terra, ao regarmos nossas plantas com água misturada ao sangue menstrual . Isso porque sangue menstrual possui nutrientes que favorecem os cuidados às plantas. Temos relatos de que na antiguidade, as mulheres se agachavam diretamente na terra, permitindo que seu sangue escorresse e fosse oferecido a ela. Talvez isso seja um pouco difícil nos dias atuais, porém, existem hoje em dia, mulheres que conseguiram adotar essa prática. Mesmo não sendo possível para muitas de nós, acredito que temos muitas possiblidades de criar um vinculo com o nosso sangue e com a terra, adotando em nosso cotidiano as práticas que mencionei no começo do parágrafo. Se alguma das leitoras já faz alguma dessas práticas, gostaria que compartilhassem no blog suas experiências.
Até breve!
Mônica Azevedo

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