terça-feira, 8 de maio de 2012

Reflexões da 2aVermelha 2012 - A menstruação que eu quero pra mim

A campanha 2@Vermelha chegou ao seu quinto ano no Brasil!
Momento de honrar nossos ciclos e nosso feminino. Momento também de refletir e questionar nossas escolhas e nossa relação com a menstruação, nossa saúde e o que fazemos com tudo isso.
Decidimos relatar algumas reflexões sobre nossa relação com a menstruação.
Gratidão,
Ana e Mônica.


"Falando a respeito da minha relação com a menstruação, neste momento estou aprendendo a ter contato com a minha. Nos últimos anos fiz uso de pílulas, e decidi que queria (e precisava) sentir meus ciclos, meu corpo, e as mudanças que poderia vivenciar durante este período.
O meu corpo ainda está se adaptando a essa nova fase. E tenho feito algumas reflexões a respeito do uso da pílula. Certamente foi um avanço importante para que a mulher pudesse fazer escolhas a respeito da sua sexualidade, a respeito das decisões de engravidar, ou não. Mas ao mesmo tempo, me parece que é uma maneira de nos controlar, de controlar nossos sentimentos, nossas intuições, os nossos momentos de recolhimento para nos conhecermos. Dentro do contexto social em que vivemos, não podemos ter tempo pra isso. Não podemos perder, temos que trabalhar e produzir. Esclarecendo que intenção aqui não é de impor meu ponto de vista, mas entendo que hoje é uma data muito propícia para colocar questões como essa para reflexão. Hoje e todos os dias." - Mônica.

"Lembro como se fosse hoje a minha primeira menstruação. Estava no litoral e um dia quando acordei meu lençol estava com sangue. Eu tinha 11 para 12 anos. Maioria das minhas amigas já tinham menstruado e as vezes falavam sobre absorventes, fluxo, etc. Sempre fui muito observadora, acho que isso contribuiu quando chegou o meu momento. Minha mãe pouco falou sobre o assunto, até porque também não recebeu informações da mãe dela. Sabemos que isso é cultural, é um assunto proibido, secreto, que não se comenta. Perder o momento sagrado da passagem da menina para mulher deixa um buraco em nossas vidas. Senti que faltou algo. Não adianta a mãe contar pra madrinhas e pras amigas que a filha agora é "mocinha".
Desde o inicio meus ciclos sempre foram "regulares". As vezes adianta ou atrasa 1, 2 dias. Quando mais nova sofria com cólicas, muito mais que hoje. Chegava a ter ânsia de vômito e suava frio. Sempre usei bolsas de água quente, chás... coisas que minha mãe me passou. Mas minha cólica, quando tenho se limita ao dia que chega a menstruação e o segundo dia. As vezes recorria e ainda recorro ao remédio alopático. Não gosto, sei que não estou tratando realmente. Uso apenas quando tenho muita necessidade, por exemplo, se está muito forte antes de dormir. Nunca usei pílulas e sou muito feliz. Há quase 3 anos optei por usar o MoonCup e acho ótimo.
Acho que a menstruação que quero pra mim é o resgate, a conexão com o meus ciclos. E principalmente a cura, a cura do feminino.
Acredito que estamos em um momento da história que o despertar feminino para essas questões vem aumentando. Fico feliz quando posso compartilhar experiências com outras mulheres e ver mulheres mais conscientes e livres, questionando, fazendo escolhas a respeito do seu corpo, da sua sexualidade e assumindo responsabilidades.
Sei também que temos contra nós indústrias, que querem nos enfiar goela baixo todos os dias: produtos, comportamentos e "escolhas"... isso pode nos tirar do caminho de reconexão, mas é um trabalho interno e temos que seguir adiante, focadas. Se continuarmos fazendo nossa lição de casa, as próximas gerações de meninas terão uma educação e uma relação melhor com a menstruação, com o corpo e com o feminino.
Amo ser mulher e fico honrada em celebrar meu sangue, meu poder de criativo, meu poder feminino." - Ana K.


Abaixo o vídeo sobre o documentário "Mulher em Fases" exibido no canal GNT - Por Diana Fabianova.

Altar:

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